Fabiano Lopes, ou melhor, Neguin, 21 anos, fez da dança de rua a sua grande inspiração para construir uma carreira repleta de conquistas e com espaço também para a solidariedade. O paranaense vai representar o Brasil em Nova Iorque.
Itajaí (SC) - Bastou um vídeo na internet para que a vida de Fabiano Lopes, 21 anos, natural de Cascavel, no interior do Paraná, mudasse completamente. O ano era 2002 e o tal vídeo mostrava um bando de malucos dançando e fazendo piruetas absurdas ao som de batidões hip-hop. Tarde demais: o breakdance – dança de rua surgida nos EUA e conhecida também como breaking dance, break, b-boy ou b-boying – havia arrebatado mais um jovem coração.
O tempo passou e Fabiano, ou melhor, Neguin (www.myspace.com/bboyneguin), como passou a ser conhecido internacionalmente, tornou-se um dos principais nomes do break no planeta. No próximo dia 18, ele disputa com outros 15 b-boys (como são chamados os dançarinos), de diversos países, o Red Bull BC One 2009 (www.redbullbcone.com). O campeonato, que vai rolar em Nova York (EUA), reúne a nata mundial da modalidade.
Antes que o fera embarcasse para os EUA, a Gazetinha desceu a serra e foi até Itajaí, no litoral de Santa Catarina, cidade em que o artista mora atualmente e onde também dá aulas de break em um projeto social. “Como sou professor, já conhecia aqui o Sul. Comecei a namorar, me interessar pela cidade e pela galera daqui”, conta Neguin. A hoje esposa dele, Suzana Cristina Amaral, 23, nasceu na cidade catarinense e também ensina dança.
Capoeira
Caçula de uma família de 4 irmãos, Neguin começou a fazer capoeira aos 6 anos. Quando trocou a arte africana pelo break, incorporou-a ao seu estilo de dança. “O importante é você criar algo que o mundo não saiba fazer. O mais difícil é adquirir técnica e ter criatividade”, explica o rapaz, ao falar sobre os diferenciais dos grandes b-boys. Mas a dança exige igualmente um bom preparo físico, diga-se de passagem.
Além de capoeira, Neguin já praticou jiu-jitsu, skate e patins. Aprendeu inglês na prática – já foi a quase 20 países –, é grafiteiro e atualmente faz curso de DJ. Participou de comerciais, programas de tevê e ainda por cima mantém, em São Paulo, o Tsunami All Stars Crew – um dos principais grupos de breakdance do país.
Com uma carreira tão bem-sucedida, Neguin só reclama da falta de bons patrocinadores no país. “O break é uma arte universal. Mesmo assim, aqui sofre uma discriminação muito grande. Mas ao menos hoje há mais apoio da mídia”, conclui.
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