Temos recebido inúmeros telefonemas, cartas e e-mails, perguntando qual o motivo do DRB não ter sido convidado para a edição deste ano. A mesma questão ocorreu no ano passado.
Temos respondido que não sabemos o motivo, tendo em vista que ninguém da direção do festival se manifestou a este respeito.
Muito se tem especulado em relação ao Dança de Rua do Brasil e da modalidade Street Dance, nos festivais de dança.
De 1993 até 1998, o DRB participou do festival de Joinville disputando as premiações. O grupo ganhou todos os prêmios possíveis, inclusive premiações em dinheiro.
De elogios às críticas, tudo se falou sobre esses méritos quanto às premiações, tendo inclusive críticos que não consideram a dança de rua digna de se apresentar no festival.
Quem acompanhou a história do Dança de Rua do Brasil, sabe o quanto foi difícil a trajetória do grupo, desde a sua estréia ainda na modalidade de jazz em Joinville, tendo provocado tamanha polêmica por dois anos (93 e 94), que no ano seguinte foi criada a modalidade de street no festival.
Neste ano, o movimento de street dance cresceu tanto, a ponto de Santa Catarina e todo o sul do país terem centenas de grupos desta modalidade, visto a participação destes grupos nos festivais de Bento Gonçalves, Porto Alegre em Dança, Mostra de Florianópolis, Santa Maria em Dança, Festival de Camboriú, Itajaí, Navegantes e outros.
De todas as noites competitivas, as noites de street, sempre foram as mais procuradas, tendo os seus ingressos muitas vezes esgotados.
Em conseqüência deste sucesso o Dança de Rua do Brasil, se profissionalizou em 1999, tendo sido convidado para a noite de gala do festival. Isso já foi uma decorrência das mudanças do festival que passaram a não contar mais com grupos convidados por noite e sim somente nas galas, o que vem provocando enorme descontentamento visto o critério pouco claro para os convites aos grupos (quem viu a Cia. de Contemporâneo de Moscou, sabe do que estou falando).
O Dança de Rua do Brasil, sempre gostou do festival e da cidade de Joinville. Acredita na repercussão do festival, tendo conseguido se profissionalizar, por causa do seu trabalho e da divulgação do mesmo através do festival.
É defensor da modalidade nos festivais em todo país, e tem como filosofia ampliar os limites desta dança, apoiando que a direção do festival convide outros grupos que possam representar a modalidade com brilho e profissionalismo.
O movimento Dança de Rua do Brasil, começou em Santos, sendo um projeto com enorme apelo social, visto que os seus participantes originam-se das camadas menos favorecidas da sociedade. Através da dança, um enorme número de participantes, se profissionalizaram, tendo o movimento, hoje integrantes em quase todos os cantos do país.
O acerto desta política pode ser sentido até nas Febens de São Paulo, onde o consagrado grupo de ballet Stagium ministra aulas de street para os internos dessas unidades.
A Dança de Rua já é um movimento consolidado, e independente da opinião elitista de alguns críticos e políticos, que ainda procuram desenvolver o social criando escolas de balés acadêmicos, mascarando projetos de fins pessoais com projetos sociais.
O movimento irá continuar a crescer e dar cidadania às pessoas excluídas do grande baile.
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